domingo, 4 de agosto de 2019

22 DE AGOSTO "DIA DO FOLCLORE" - 2019



No Brasil o dia do Folclore é comemorado no dia 22 de agosto, com eventos e festas. 
A palavra folclore é de origem inglesa. 
O termo "folk", em inglês, significa povo, enquanto "lore" significa cultura.

Para ser considerada uma legítima representação folclórica, é necessário que se 
enquadre em algumas características: ter origem anônima, ser antiga e popular, 
tradicional numa determinada região (sendo praticada e divulgada por 
muitas pessoas) e ter se espalhado através da transmissão oral 
(famoso boca a boca).

Folclore brasileiro abrange lendas, contos, mitos e histórias sobre criaturas 
e seres fantásticos que habitam o imaginário de povos tradicionais de diversas 
regiões do país. É sinônimo de cultura popular brasileira, e representa a 
identidade social da comunidade através de suas criações culturais, 
coletivas ou individuais; é também uma parte essencial da cultura do Brasil.

Mitos e Lendas do Brasil, mitologia, contos e lendas populares, lendas e 
mitos da cultura popular brasileira, saci-pererê, curupira, boitatá, lobisomem 
e mula-sem-cabeça, festas populares, contos.

O folclore pode ser definido como um conjunto de mitos e lendas que as 

pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação 
das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. 
Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou 
apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. 
Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos quatro 
cantos do país.



No Estado de São Paulo, um decreto estadual instituiu agosto como 
o mês do folclore. A Carta do Folclore Brasileiro, aprovada pelo 
I Congresso Brasileiro de Folclore em 1951, diz "constituem fato 
folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, 
preservadas pela tradição popular ou pela imitação".

Muitas expressões têm uma presença nacional, como o carnaval, 
as farras de boi, as festas juninas, as cavalhadas, a festa do divino 
e as lendas do curupira, do saci pererê e da mula sem cabeça; outras, 
são restritas a regiões e estados ou mesmo a pequenas comunidades 
esquecidas pelo progresso, como os fandangos de tamancos do interior 
de São Paulo ou a lenda da Teiniaguá no Rio Grande do Sul.

Manifestações folclóricas 
Além dos mitos e lendas, o folclore brasileiro apresenta uma grande diversidade cultural. 
Podemos também considerar como legítimas representações do nosso folclore: ritmos e danças folclóricas (carimbó, forró, capoeira, frevo, caiapó), comidas regionais típicas, músicas regionais, encenações (marujada, bumba-meu-boi, congada e cavalhada) superstições, representações artísticas (artesanato, confecção de rendas e cestas de palha), comemorações, brincadeiras e jogos infantis (parlendas, amarelinha e trava-línguas), ditados populares, tradições, crenças e festas populares (festa junina, Festa do Divino, Círio de Nazaré e Folia de Reis).

LENDAS

As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.

MITOS
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.

Boitatá
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".

Boto

Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. 
Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e 
as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas 
do rio para transformar-se em um boto.

Curupira
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais 
silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados 
para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.

Lobisomem
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado 
por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração 
seria capaz de matá-lo.

Mãe-D'água
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : 
a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. 
Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o 
fundo das águas.

Corpo-seco
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. 
Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins,
chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado 
pela terra e teve que viver como uma alma penada.

Pisadeira
É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das 
pessoas, provocando a falta de ar. 
Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.

Mula-sem-cabeça
Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. 
Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada 
num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo 
pelo pescoço.

Mãe-de-ouro
Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas 
de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa 
que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher 
bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.

Saci-Pererê
O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. 
Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. 
Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, 
queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.

Capelobo
Personagem folclórico típico da região Norte do Brasil (principalmente Maranhão e Pará). 
O capelobo é uma espécie de monstro com corpo de homem musculoso e peludo e 
cabeça de tamanduá-bandeira. Feroz, ataca caçadores nas florestas e se alimenta 
de carne de gatos e cachorros.

Comadre Florzinha 
É uma mulher cabocla, representada em algumas versões da lenda como uma 
espécie de fada pequena, que vive nas florestas do Brasil (principalmente na 
Zona da Mata nordestina). Vaidosa e maliciosa, possui cabelos compridos e 
enfeitados com flores coloridas. Vive para proteger a fauna e a flora. Junto 
com suas irmãs, vivem aplicando sustos e travessuras nos caçadores e 
pessoas que tentam desmatar a floresta.

Cobra Norato
Cobra Norato é um homem, que se transforma em uma cobra grande durante o dia. 

Era filho de uma índia com um boto. 
Tinha uma irmã gêmea, que também era uma cobra. 
Ambos viviam nos rios da região, local em que foram jogados após 
o nascimento. Cobra Norato era muito bom e gentil, enquanto a irmã era 
malvada e cruel. Na lenda, Cobra Norato mata a irmã e 
o encanto é desfeito com a ajuda de um amigo. 
Essa lenda une outras duas, também de origem indígena, 
da região amazônica: lenda do boto-cor-de-rosa e a lenda da Cobra Grande.

FOLCLORE E LENDAS PIRACICABANAS
Em Piracicaba tem diversas lendas e mitos como: A Cobrona, 
O Coqueiral Assombrado, O sono do salto, Nhala seca, entre outros. 
Através do folclore o homem expressa as suas fantasias, os seus medos, 
os melhores e piores desejos, de justiça e de vingança, às vezes apenas 
como forma de escapar àquilo que ele não consegue explicar. 
Essas manifestações são peculiares em cada cultura e diferem de região 
para região, de indivíduo para indivíduo.

LENDAS PIRACICABANAS
A COBRONA 
Dizem existir enterrada em Piracicaba, uma imensa cobra que pelas suas 
proporções, é a maior do mundo. Sua cabeça está no subsolo do Largo 
da Catedral e sey rabo vai até a Rua do Porto. No final do mundo, ela vai 
sair debaixo da terra para engolir as pessoas.

O SONO DO SALTO 
Salto que todos os dias, no meio da noite, dorme um pouquinho. 
Dizem que, todos os dias, à meia-noite, numa fração de minuto o Salto 
cessa de fazer barulho e “dorme”. Esta crendice foi-me contada, 
há muitos anos, por uma senhora de cor, minha conhecida. 
Reproduzo o caso, usando mais ou menos suas próprias palavras: 
Uma ocasião eu estava num baile lá na rua do Porto. 
Quando foi perto de meia-noite, eu tinha dançado bastante e sai pra 
ora e sentei no barranco do rio, descansar um pouco. 
O Salto, lá de longe, fazia o barulhão de sempre. 
Me lembro que era justo meia-noite, me deu uma soneira e eu 
cabeceava de sono. De repente levei um susto. O Salto, como por feitiçaria, 
deixou de fazer barulho, ficando tudo quieto que nem cemitério. 
Mas lembro que foi um “tantico” só de tempo. Quando corri chamar gente, 
já ele fazia bulha de novo. Daí todos falaram: era o Salto que todos os dias, 
no meio da noite, dorme um pouquinho”.
Fonte: Livro: Lendas e Crendices de Piracicaba e outros estudos
Autoria: Waldemar Iglésias Fernandes

LENDA DA NOIVA DO RIO 
Até hoje, o rio precisa de vítimas que determinam o estio ou as enchentes.
Conta-se que o rio Piracicaba era belo e calmo, sem corredeiras, como se 

fosse um remanso. Às suas margens, moravam pescadores brancos e índios. 
Viviam em paz. Mas, vinda não se sabe de onde, apareceu uma jovem 
de cabelos longos e tão negros que parecia ter-se, numa noite escura, 
diluído em fiapos mil para adornar-lhe a cabeça. Lábios carnudos, vermelhos 
como a romã, pernas longas e bem torneadas, olhos verdes como 
o verde das folhagens. Seu nome, ninguém nunca o soubera, também, 
nunca souberam onde morava e do que vivia.
Dizia-se que ela, como uma Deusa, surgira das águas. 

Quando não aparecia, pescadores tomavam de suas canoas e iam em 
busca dela, do som que vinha de dentro do rio. Forasteiros começaram, t
ambém, a aparecer na povoação querendo ver a jovem misteriosa. 
Os homens se apaixonavam por ela, as mulheres odiavam-na. 
Certa manhã, a povoação de Piracicaba acordou em sobressalto. 
O filho de um dos pescadores, o mais bonito de "pele trigueira, 
cabelos de ouro" havia desaparecido. Procuraram-no nas matas, 
ao longo do rio, gritaram seu nome. Não o encontraram. 
Mas perceberam que algo estranho acontecera: havia mais 
luminosidade no ar, mais perfume, um "ar doce e almiscarado".
Então, numa certa manhã, aconteceu o horror. 

O rio corcoveou, o céu se fechou, os pássaros, pacas, veados 
fugiram, estrondos cortaram os ares. E, de repente, tudo silenciou. 
O rio ganhara uma cachoeira enorme, espumas e roncos que, 
de quando em quando, se transformavam em gemidos. 
Daí, soube-se o que acontecera: o rio, enciumado com o amor da moça 
pelo belo rapaz, desafiou-o para uma luta sem fim. E rio e homem lutaram 
pela mulher que ficara prisioneira no fundo das águas. 
O rio venceu. E foi por isso que ganhou a cor que tem, que não é de barro, 
mas do "trigueiro do corpo do rapaz". O gemido do rio são soluços da jovem 
à espera do seu amor.
Até hoje, quando alguém morre nas águas do rio, sabe-se que morreu em 

busca da noiva enclausurada. O rio reage sempre. E manda avisos: 
se alguém morre, a enchente vem. E somente se vai quando outro apaixonado 
morre em busca da noiva que está presa nas pedras do Salto. Pois foi desse 
amor que nasceu o Salto do rio Piracicaba.

TÚMULO DO PADRE GALVÃO 
Uma das mais caras e acalentadas lendas de Piracicaba é a que refere-se ao 
túmulo do Padre Galvão, no Cemitério da Saudade.
Padre da Cidade até o ano de 1898, o padre Galvão Paes de Barros foi, 
a seu tempo, uma das personalidades mais influentes e queridas de Piracicaba, 
temido por políticos e amado pelo povo. Quando faleceu, seu corpo foi 
levado por grande multidão ao Cemitério da Saudade. E seu túmulo foi 
construído conforme o traçado do local, naquela época.
Aconteceu, no entanto, que o Cemitério foi reformado e muitos túmulos 

foram retirados de seus lugares, remexidos. O do Padre Galvão, porém, 
foi deixado no lugar onde se encontrava, em respeito à sua história. 
Intocado, fugiu aos novos enquadramentos de túmulos e de sepulturas. 
Mas a imaginação popular criou a lenda. Passou, o povo, a contar que o 
túmulo não saíra do lugar porque, no dia em que o padre ia ser enterrado, 
o caixão caiu exatamente no lugar onde ainda se encontra e não houve 
força humana capaz de erguê-lo para lhe dar sepultamento em outro terreno. 
A partir da invenção, o túmulo do Padre Galvão se tornou lugar de romaria 
e de orações, uma lenda piracicabana.

PREGÕES
"PAMONHAS, PAMONHAS, PAMONHAS. PAMONHA FRESQUINHA. 

É O PURO CREME DO MILHO. OLHA AÍ FREGUESIA. 
SÃO AS DELICIOSAS PAMONHAS. PAMONHAS DE PIRACICABA"
é conhecido em todo território nacional. O sucesso da autentica pamonha 
de Piracicaba, consiste na maneira como é preparada na cidade, segredo 
que quem sabe não revela.

LIVRO
Um dos mitos e lendas de Piracicaba esta no Livro "Lendas e Crendices 

de Piracicaba e outros estudos" Waldemar Iglésias Fernandes
Acervo João Chiarini no Centro Cultural Martha Watts



BRINCADEIRAS DE CRIANÇAS

O Brasil possui um folclore riquíssimo, incluindo mitos, lendas, contos populares, 
ritos e cerimônias religiosos e sociais, brincadeiras, provérbios, adivinhações, 
as receitas de comidas, os estilos de vestuário e adornos, orações, maldições, 
encantamentos, juras, xingamentos, danças, cantorias, gírias, 
apelidos de pessoas e de lugares, desafios, saudações, despedidas, 
trava-línguas, festas, encenações, a gestualidade associada à 
intercomunicação oral, artesanato, medicina popular, os motivos dos 
bordados, música instrumental, canções de ninar e roda, e até mesmo 
maneiras de criar, chamar e dar comandos aos animais. A lista do que é 
folclore não se limita ao que vem do interior, inclui as expressões próprias 
da vida em cidades, lendas urbanas, os reclames dos vendedores de rua, 
os símbolos, modelos de arquitetura e urbanismo vernáculos.

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