A Beatles The é formada por: Pa Moreno e Luciano Gutierrez (vozes), Fernando Defavari (baixo), Jô Totti (bateria), Delmon Nascimento (guitarra e backing vocais), Marcelo Rocha (guitarra) e Daniel Lima (teclados e piano).
Nos últimos 50 anos, a obra conjunta de Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr já foi exaustivamente revirada, reproduzida e reciclada por artistas de toda espécie - principalmente pelas milhares de bandas cover que, mundo afora, seguem entoando patrimônios pop como “A Hard Day’s Night”, “Can’t Buy Me Love”, “I Wanna Hold Your Hand”, “All We Need is Love”, “Let it Be”, “Revolution” e “Yesterday”, entre tantos.
Contudo, raramente se vê incursões pela “periferia artística” dos Beatles, quer dizer, pelo rico e valioso arsenal melódico produzido pelos rapazes de Liverpool em suas carreiras solo, após o fim do lendário quarteto. Esse olhar sobre a obra individual dos quatro cavaleiros da música pop é a proposta da banda piracicabana Beatles The – que foi criada em 2012 e destilada após conversas, ‘jam sessions’ caseiras, antologias e CDs emprestados.
Numa metáfora do universo beatle, pode-se dizer que a missão da banda é “andar fora da faixa” de Abbey Road – o emblemático álbum de 1969 –, deixando um pouco de lado os eternos hinos dos ‘Fab Four’ para mergulhar em outras preciosidades também brilhantes e radiofônicas. Esse é o objetivo do espetáculo “O Outro Lado da História”, que o grupo apresenta no teatro do Sesc Piracicaba, dia 6 de dezembro.
Da safra ‘mccartiana’ a Beatles The recria sucessos como “Live and Let Die”, “Ebony and Ivory” (antídoto contra o racismo, gravado por Paul McCartney e Stevie Wonder nos anos 80) e a já citada “New”, canção de harmonia lépida e vocais caprichosamente costurados. Lennon, por sua vez, é evocado em faixas como “Power to The People” e nos versos pacifistas de “Imagine”. George comparece com a sinuosa “When We Was Fab” e a ensolarada “My Sweet Lord”, enquanto que Ringo é homenageado com “Photograph” e a melodiosa “It Don’t Come Easy”.
O show, porém, traz esporádicas inserções de rocks dos Beatles (sim, foi impossível resistir à tentação!). Breves links com a matriz, só para manter a bússola alinhada com a pedra fundamental. Petiscos universais. Acenos aos beatlemaníacos de plantão.
E o fenômeno da “beatlemania” incrementa o clima de nostalgia: imagens de histeria coletiva, gritos, desmaios e fãs descontrolados em teatros abarrotados são exibidas num telão, juntamente com depoimentos polêmicos e declarações dos “ex-beatles”. O vídeo, pode-se dizer, costura o espetáculo e ajuda a selar a estética sonora da Beatles The.
A Beatles The sugere uma viagem pelo rastro artístico da maior banda do planeta. Por esse genial “rescaldo” musical construído com marcantes assinaturas individuais - de John, Paul, George e Ringo –, todas naturalmente embebidas com patentes dos Beatles.
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