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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

LANÇAMENTO DE LIVRO NO SESC PIRACICABA

Livro que relata bombardeio em São Paulo no ano de 1924 será lançado em bate-papo no Sesc Piracicaba

LITERATURA
O LUGAR ONDE O AUTOR PARA
São Paulo Deve Ser Destruída
29 de agosto, às 14h
Sala de Leitura
Rua Ipiranga, 155 - Centro. Piracicaba/SP
Grátis.


A obra “São Paulo Deve Ser Destruída” é um relato digno de um filme. Para falar sobre a história do bombardeio do governo federal à cidade de São Paulo no ano de 1924, o escritor Moacir Assunção bate um papo com o público neste sábado, 29 de agosto, às 14h, na Sala de Leitura do Sesc Piracicaba. Durante o encontro, o autor falará do episódio em São Paulo que também envolveu Piracicaba por ter sido um dos locais para onde fugiram os cerca de 300 mil paulistanos (a população era de 700 mil na época) que saíram da cidade. A participação é gratuita.

Liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, a revolta de 1924 tinha como objetivo derrubar o governo do então presidente Artur Bernardes. Contrariados com a política do mineiro, enfrentando a carestia e influenciados por revoltas tenentistas em outros estados, os rebeldes planejaram tomar o Rio de Janeiro, capital da República, com o apoio de quartéis de Minas. Acuada pelo poderio militar do governo e pelos ataques aéreos a regiões residenciais e fabris, a revolta acabou com 503 mortos e 4.846 feridos, na maior parte civis que nada tinham a ver com o conflito, espalhou fome e miséria e deixou cerca de 1.800 imóveis destruídos na cidade.

Em arquivos públicos e de jornais da época, além de uma extensa bibliografia, o autor encontrou vários depoimentos de civis que sofreram com os ataques. Muitos dos atingidos eram imigrantes, principalmente italianos. Para Moacir Assunção, o fato de legiões estrangeiras terem se juntado às tropas rebeldes, além do temor de que a influência de anarquistas e comunistas entre os operários resultasse numa revolução social, levou o governo a uma reação desproporcional nas regiões atingidas. Na época, São Paulo possuía cerca de 700 mil habitantes, dos quais quase 300 mil fugiram do conflito, muitas indústrias e era a segunda capital mais importante do Brasil, depois do Rio, capital da República.

“O bombardeio foi um hediondo crime de guerra, talvez a maior batalha em solo urbano da América Latina e demonstrou o uso político do Exército, que vai se acentuar depois. A utilização do chamado bombardeio terrificante, que os exércitos alemães também fizeram uso na I Guerra Mundial é um absoluto despropósito ainda mais sabendo que do outro lado não haviam adversários, apenas civis. “O Exército temia enfrentar um outro Canudos, dessa vez com adversários armados inclusive com armas de destruição em massa, como a artilharia, e optou por uma tática bastante danosa e covarde para enfrentar seus inimigos. Na verdade, a população civil é que foi vítima dessa tática, conforme o demonstram todos os estudos. “Quase não houve ataques às instalações militares onde estavam os rebeldes”, afirma o autor.

Duramente reprimida após a retomada da cidade, a geração da revolta de 1924, para o autor, “ajudou a formar os quadros e o jeito de ser da política brasileira até meados da ditadura militar de 1964”. Segundo Moacir Assunção, “formou-se naquela época, também, o gérmen de um poderoso estado policial no país, que se consolidaria durante o Estado Novo getulista e a ditadura militar de 1964”.

Sobre o autor:

Moacir Assunção, mestre em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), é jornalista profissional diplomado, com passagens pelos jornais O Estado de S. Paulo, Diário Popular (atual Diário de S. Paulo) e Jornal de Brasília, pós-graduado em Ciências Sociais pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e professor dos cursos de Comunicação Social, Administração de Empresas e Gestão de Recursos Humanos da Universidade São Judas Tadeu (USJT), em São Paulo. Especializado em temas históricos, atua como colaborador das revistas Aventuras na História, Digesto Econômico e Jornal do Comércio. Também é assessor de gabinete no Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP). É autor dos livros Ficha Limpa: a lei da cidadania; Luiz Carlos Prestes: um revolucionário brasileiro; e, pela Editora Record, Nem heróis, nem vilões, sobre a Guerra do Paraguai, e Os homens que mataram o facínora: a história dos grandes inimigos de Lampião, tendo sido este último finalista do Prêmio Jabuti em 2008.

Fonte: Departamento de Imprensa Grupo Editorial Record

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