THAME fala do momento político atual do Brasil

Foto de Alessandro Maschio

Entrevista com o deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB) EXCLUSIVA para o GTP

Thame é piracicabano, Deputado Federal, presidente do capítulo Brasil da Gopac (Organização Mundial de Parlamentares Contra a Corrupção) que, desde a sua criação, em 2002, vem procurando disseminar ideias, casos de sucesso, boas práticas e ações efetivas no combate à corrupção. Atualmente, deputados e senadores de 40 países integram a organização, que tem representações 

nos cinco continentes.

O deputado federal recentemente (10/07) prestou homenagem à Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba) na Câmara dos Deputados. Em discurso proferido durante a abertura do expediente, o parlamentar piracicabano fez questão de registrar a importância da entidade na história do país. 

“Deixo aqui registrado nos anais desta Casa, os quais via de regra fazem o importante papel de “arquivo nacional”, parabéns pelo trabalho de todos da Acipi, nessa comemoração de 80 anos de história”.

GTP - Deputado, qual o recado das manifestações populares ocorridas

 nos últimos dias?

Antonio Carlos Mendes Thame – Basicamente todas as análises a respeito dos protestos feitos pela  população mostram que há uma reclamação generalizada em relação aos serviços públicos, paradoxalmente, quando há uma carga fiscal tão alta, de impostos pagos pela população brasileira. Há também uma revolta em relação ao desempenho da classe política. As manifestações mostram a população cobrando ética, combate à corrupção, um comportamento mais decente de todos aqueles que ocupam cargos públicos. Por isso, para diminuir essa falta de representatividade -- já que a população não reconhece a classe política atual como seus representantes -- em nossa opinião, não dá para se falar em lista fechada, como deseja o PT, em que a população votaria nos partidos, e os partidos é que escolheriam seus deputados eleitos. Isso aumentaria o fosso, o divorcio, entre os eleitos e eleitores. É muito mais conveniente caminharmos no sentido do voto distrital, que aproxima os eleitores dos eleitos, reduz o custo das campanhas e permite que todas as regiões do Estado sejam representadas. 

GTP - Deputado, qual a posição do sr. em relação a reforma política?

Antonio Carlos Mendes Thame – Queremos primeiramente votar mudanças na legislação e só então colocá-las em análise popular por meio de um referendo, para que a população diga se concorda ou não com o que o Congresso votou. Nossa proposta tem basicamente seis pontos: 

voto distrital misto; 

fim das coligações proporcionais; 

 suplência única de senador, que não pode ser parente até segundo grau e substitui o eleito apenas até a próxima eleição em caso de vacância definitiva; 

cláusula de barreira, pela qual o partido terá que representar uma porcentagem mínima da sociedade para continuar funcionando; 

tempo de propaganda baseado nos partidos que compõem a chapa majoritária, 

como governador e vice;

e fim da reeleição.

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